quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Marcello Droopy, Diretor de Criação da QG, publica artigo sobre a Hyper Island



Meio & Mensagem-SP, 25/07/2011


Acabo de chegar de Londres. Fui fazer a Master Class da Hyper Island, a instituição que hoje é considerada por muitos referência em digital no mundo.
A Master Class é um intensivão que reúne muitos dos conceitos que a Hyper Island ensina em seus cursos de longa duração na sua sede na Suécia.
A agenda vai das 9h às 19h, e os três dias podem ser divididos em introdução (com um resumo do que é o online hoje); informação (exemplos de técnicas criativas e ferramentas de planejamento e mídia); e execução, em que você é provocado a traçar um plano de ação para sua vida pessoal e profissional e colocar em prática tudo o que viu e discutiu.

Quem procura um treinamento assim espera uma injeção de online, tecnologia e de como fazer um trabalho digital melhor. Era o meu caso e dos criativos e clientes do meu grupo.

Confesso que o início foi um tanto frustrante. Muito do que estava sendo dito não era bem inédito para quem está antenado e preocupado com o assunto. Mas conforme as palestras, os treinamentos e apresentações foram rolando, ficava mais evidente a grande lição daquela Master Class.

Reflexões sociológicas sobre a internet e as redes sociais, questionamentos dos modelos de negócios, instrumentos para fazer medições e estratégias online, como trabalhar com crowdsourcing, aprendi muito no meu mergulho na Hyper Island. E entendi ainda mais como o online pode potencializar exponencialmente uma experiência de marca. Mas tudo o que vi em minha imersão digital levava sempre à mesma conclusão.

O assunto ali não era tecnologia, era pessoas.
A questão não é seu celular poder receber um número enorme de informações por meio de QR Code, e sim que isso pode facilitar sua vida, permitindo fazer compras no metrô sem desviar do caminho para casa. O incrível não é descobrir como ter vários canais de áudio e vídeo em um site, mas como usar isso para colocar você tocando uma música com a banda preferida. Desenvolver algoritmos dificílimos para construir uma rede onde podemos dar opinião sobre algo que vimos de um amigo é impressionante, agora transformar isso em um botão chamado "like" muda a história da internet e de milhões de pessoas.

A conclusão pode parecer óbvia e ultrapassada, porém o erro é recorrente. Tente se lembrar em quantas reuniões esteve recentemente em que a empresa queria mais falar sobre ela mesma, adotar uma estratégia só porque foi a escolha de um concorrente ou usar uma inovação do mundo online porque está na moda, em vez de fazer algo que realmente tenha sentido para os consumidores.

Pensando nisso lembrei-me de mim, de você e de todos nós que trabalhamos em agências e clientes buscando diariamente maneiras de aproximar marcas e pessoas. E não importa se estamos falando de off-line e online, até porque essa fronteira não existe mais. Não podemos esquecer a essência da nossa profissão.

Vamos fazer como o homem que, nos últimos tempos, tem sido um fenômeno criando conexão entre os consumidores e sua marca e seus produtos. Ele sempre faz a mesma pergunta: beleza, mas para que as pessoas querem isso mesmo?
Olha, para o Steve Jobs tem funcionado muito bem.

2 comentários:

  1. Ótimo post. São tantas as novidades tecnológicas que vez ou outra nos perdemos nas ferramentas e deixamos de lado as pessoas, que são o foco e fim de nosso trabalho.

    Fábio

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  2. Fala Fabio. Aqui é o Sérgio da QG.
    Também achei o ponto de vista do Droopy bem diferente. Digital é o exercício do bom senso, não podemos esquecer que estamos lidando com pessoas e não com máquinas.

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